segunda-feira, 28 de maio de 2012

Boas Maneiras


A cansada ex-professora se aproximou do balção do supermercado. Sua perna esquerda doía e ela esperava ter tomado os comprimidos do dia: para pressão alta, tonteira e um grande número de outras enfermidades.
"Graças a Deus eu me aposentei há vários anos" - ela prensou. "Não tenho energia para ensinar hoje em dia."
Imediatamente antes de se formar a fila para o balção, ela viu um rapaz com quatro crianças a esposa, ou namorada, grávida. A professora não pode deixar de notar a tatuagem em seu pescoço.
"Ele esteve preso" - pensou.
Continuou a observá-lo. Sua camiseta branca, cabelo raspado e calças largas lavaram-a conjecturar:
"Ele é membro de uma gangue."
A professora tentou deixar o homem passar na sua frente.
- Você pode ir primeiro - ofereceu.
- Não, a senhora primeiro - ele insistiu.
- Não, você está com mais gente - disse a professora. 
- Devemos respeitar os mais velhos - defendeu-se o homem.
E, com isto, fez um gesto largo indicado o caminho para a mulher.
Um breve sorriso adejou em seus lábios enquanto ela mancou na frente dele. A professora que existia dentro dela não pode desperdiçar o momento e, virando-se para ele, perguntou:
- Quem lhe ensinou boas maneiras?
- A senhora, Sra. Simpson, na terceira série.

Fonte: CANFIELD, Jack. Histórias de aquecer o coração. Rio de Janeiro: Sextante, 2001.

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